Comparar GD e Mercado Livre de Energia vem sendo tema de debate no Brasil
Estudo realizado compara a viabilidade entre a permanência no mercado cativo, a migração para o Mercado Livre e a implementação de Geração Distribuída Na palestra apresentada por Paulo Morais, CEO da New Energy, durante o Fórum Regional de Geração Distribuída na região Nordeste, foi trazida uma análise detalhada sobre uma das principais decisões estratégicas enfrentadas por empresas no setor energético: optar pela Geração Distribuída (GD) ou migrar para o Mercado Livre de Energia. Com foco em um estudo financeiro aplicado em um caso real, Paulo destacou a importância de se analisar com cuidado as alternativas disponíveis para maximizar a economia e a eficiência no consumo de energia. O estudo comparou a viabilidade econômica entre três cenários principais: permanecer no mercado cativo, migrar diretamente para o Mercado Livre, ou adotar a Geração Distribuída com energia solar. Segundo Paulo, a conclusão mais relevante foi que a Geração Distribuída, quando aplicada previamente à migração para o Mercado Livre, apresenta resultados financeiros superiores. Isso ocorre, sobretudo, devido ao potencial de geração própria de energia, que reduz significativamente os custos operacionais ao longo do tempo. A GD oferece às empresas a oportunidade de controlar melhor suas despesas energéticas, além de possibilitar uma transição mais gradual e segura para o Mercado Livre. Um ponto central levantado na análise foi o investimento inicial, com destaque para o CAPEX (custo de capital) de instalação de uma usina solar. No exemplo apresentado, uma usina com potência de 99,9 kWp foi implementada para um cliente que estava no mercado cativo, com uma demanda tarifária significativa. A economia projetada ao longo de 25 anos mostrou que o investimento na GD resultou em uma redução expressiva das despesas com energia, reforçando o argumento de que, a longo prazo, a geração própria se paga e oferece benefícios financeiros substanciais. Outro fator determinante na análise foi a comparação das tarifas no Mercado Livre de Energia. Embora o Mercado Livre ofereça flexibilidade e possa representar uma solução atraente, o estudo apontou que ele não supera a eficiência econômica da Geração Distribuída, especialmente para empresas de pequeno e médio porte que conseguem otimizar sua demanda energética de maneira mais eficaz através da GD. Além disso, Paulo destacou que a eficiência do sistema solar superou as expectativas iniciais. A degradação das usinas solares, que normalmente é um fator de preocupação para investidores, se mostrou menor do que o previsto nos data sheets dos equipamentos, o que resultou em uma geração de energia superior à projetada. Esse desempenho reforça a viabilidade do modelo de GD, que, além de proporcionar maior previsibilidade de custos, aumenta a competitividade das empresas no cenário energético brasileiro. Ao concluir a apresentação, Paulo reiterou que o estudo financeiro provou ser vantajoso adotar a Geração Distribuída como um primeiro passo antes de considerar a migração para o Mercado Livre. Essa estratégia permite que as empresas construam uma base sólida de autossuficiência energética, aproveitando os benefícios financeiros da geração própria, e, posteriormente, obtenham ainda mais economia ao transitar para o Mercado Livre em condições mais favoráveis.